sábado, 15 de janeiro de 2011

Nada é por acaso

Obs. 1: Título ruim.
Obs. 2: Menosprezo pelo produto próprio é necessidade de elogio? Creio que sim.
Obs. 3: Por isso não falo, escrevo. O erro, assim como o perdão que é assinado embaixo, podem perdurar, eu não. "Um passo para a eternidade". Perdão pelo subtítulo, também, ruim!

***

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
Antoine de Saint-Exupéry

Boca santa, bendita seja!

***

Acho que cativei alguém, que me cativou também. Sorte a nossa!
Mas às vezes a gente se descativa, pra depois mais cativar, bem fundo no coração, novamente.
E nesse cativa-descativa-cativa, a vida vai passando, passando... até que o cativo se torne

caverna
cavado
escavado
cavucado
casado

***

Obs. 4: Mudo, tardiamente, o título deste texto para: "Tapa de amor não dói ou da Adélia Prado cativa em mim.

***

Casamento
Adélia Prado

Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

***

Bonito, corajoso, sincero e muito, muito poético. Especialmente pelo fato de deixar de ser para ser no outro e, no outro, serem dois.

***

1+1= 2 (feito de dois, mais que só dois)

Um comentário: