domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sorte de hoje: sorte pra sempre!


Acordei hoje meio naif
Com vontade de pintar um quadro
Com as tintas das minhas mãos, braços, corpo inteiro.

Aí vieram e pintaram
O quadro mais lindo!
Um quadro a quatro mãos, dois dedos, corpos inteiros.
Nosso corpo por inteiro.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Freud explica

Ontem assisti Divã, com a Lilia Cabral. Assisti achando que seria o filme da minha vida à meia-idade. Assisti e não gostei. Não quero isso pra mim. Fui dormir deprimida e com um sentimento de "não casa, não, que um dia separa".
Peraí, assim não vale. Então tá bom: não nasce, não, que um dia morre.
Francamente...


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A fita branca (envolta na quarta-feira de cinzas)

Cinza, parada, sem música, sombria e com um sentimentozinho de culpa pelos excessos do Carnaval. Essa é a quarta-feira de Cinzas.
Essas mesmas qualidades definem o filme A FITA BRANCA (Dass Weisse Band, no original alemão). O filme é, como bem escrito pelo bonequinho d'O Globo, "simples, mas nem tanto". De produção e tudo mais sem nenhum custo estrombótico, a única música que anima o filme é super contextualizada, tocada pelo narrador-personagem, o professor, olha que legal, de música da cidade. São duas horas de silêncio e um clima tenso, de vontade de entrar pela tela e sacudir cada uma das criaturas cínicas que atuam lá do outro lado. Até que você, mero expectador, se dá conta de que está cercado (inclusive por sua própria capa de gordura e pele) por pessoas que, tal qual as personagens, têm, SIM SENHOR, todas aquelas piores características das personagens que tanto incomodam no filme.
As minhas professoras (a interior e a de carteira assinada) quiseram saltar fora pelo chakra umbilical de ver aquelas crianças crescendo de forma medíocre, invejosa e mentirosa. E pensou em SUAS crianças. E sentiu vontade de chorar... Culpa social, na certa.
A fita branca é um filme bom, sem emocionar. É bom porque revolta, dá nervoso, vontade de sair correndo do cinema. Nele, as crianças, sempre em bando, vão. Alemães, antes da guerra, aquelas crianças, já sabemos pra onde foram.
Agora é preciso pensar nas nossas. As de dentro e, principalmente, as que estão ao redor.

Carnavalizando geral


A escrevinhança de hoje vem com a cara lavada pós-Carnaval. Vem com a cara da ressaca, da saudade e do peso na consciência de não ter pulado o bastante (mesmo tendo os pés esfolados, de tanto pular).

Tudo porque a viagem entre amigos, tão aguardada quanto frustrada, tadinha, foi furada. Benzadeus! Então veio o Carnaval. Nada de trajeto de blocos, não, não. Só a vontade de ficar junto de quem se ama, se amando e carnavalizando geral. E foi. Perfeito.

: sol, calor, água (por todos os lados), Preta, Empolga, Alice, Quizomba, planejamento de fantasia, beijo, abraço, te amo muito, filme, japonês, marchinha, samba, amigos, risadas, MAM (merece destaque!), Lapa, pizza, sambinha na janela do Sacrilégio... até que o Ai, ai, ai, ai foi cantado e a quarta-feira de cinzas chegou. E deixou saudade. E aí nós tivemos que ir embora.


O dia já vem raiando, meu bem.

O horário de verão vai acabar e

pronto! Chegou a segunda-feira.


Bem que eu vi uma placa excelente na TV:
"Calma! Faltam 360 dias para o próximo Carnaval".

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aceitar é humano (Por que não?)

Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os Deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.

12-9-1930, Ricardo Reis


***

Só não sou jovem por erro, e sim por tempo.
Mas olha que, de tanto errar, o tempo acaba passando.
Ainda bem que, vez em quando, a consciência do bastante acalma o coração.
Não o meu, nem o seu, só. Toda la gente!