sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Trough the window

Tem uma janela no quarto da menina que a faz ter um brilho inigualável no olhar. E o engraçado é que ela olha por todas as janelas da casa e nada vê além de cinzentas multidões. Mas tudo muda quando muda de janela. Em seu quarto, onde ela pode vestir seu vestido favorito, de flor, aí sim. Ela se debruça na janela e tudo vira uma extensão das flores. Olhos, ouvido, garganta, mãos, sentidos. Como uma onda gigante, devastadora ao reverso. Lindo de se ver. Mas só quem vê são os olhos do papel.

A janela, ninguém vê, só ela. Porque, se batem à porta, ela recolhe a cauda do vestido e esconde a janela embaixo do travesseiro. E só quem a conhece bem percebe que ela mirava pela janela.

(Quero ser como ela, um dia).

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