Passeamos por trajetos ocos, com árvores mais falantes do que os passantes
Com pássaros que emudecem o seu canto ao barulho da cidade
E flores que circulam, oferecidas, por jardins em sépia
Onde só à memória da infância é permitido passar.
Daí, consequência, nos prendemos
A familiares sem elos
A colegas, amigos, afins
A quem um sorriso oferece, sem ter porquê. Apenas por oferecer.
Vou vivendo na casa-carro
Dormindo na minha tão-passageira-cama
Apenas sonhando em meu lar.
Queria passear pelos jardins antigos.
Conhecer minha casa como não conheço a palma de minha mão.
Gosto (não se discute: hoje, aceita-se) da pós-modernidade.
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