sábado, 16 de abril de 2011

Soneto ao admirável mundo novo

Passeamos por trajetos ocos, com árvores mais falantes do que os passantes
Com pássaros que emudecem o seu canto ao barulho da cidade
E flores que circulam, oferecidas, por jardins em sépia
Onde só à memória da infância é permitido passar.

Daí, consequência, nos prendemos
A familiares sem elos
A colegas, amigos, afins
A quem um sorriso oferece, sem ter porquê. Apenas por oferecer.

Vou vivendo na casa-carro
Dormindo na minha tão-passageira-cama
Apenas sonhando em meu lar.

Queria passear pelos jardins antigos.
Conhecer minha casa como não conheço a palma de minha mão.
Gosto (não se discute: hoje, aceita-se) da pós-modernidade.

Um comentário: