domingo, 10 de abril de 2011

Independência particular

Sou adepta de, quando em vez, sentar-me num banquinho de praça para observar a minha vida passante. Há muito que não o faço, já estava com saudade desse silencioso deleite.
Sonolenta do almoço de domingo, sentei e sonhei com os últimos instantes. Observei, com a atenção e a surpresa de um aprendiz, que muito mudou. Resolvi, então, separar as memórias em pedaços e deixá-las passar, ao som da fanfarra, no meu desfile particular, no meu 7 de setembro.
O desfile foi lindo. Não percebi, no antigamente, o que meus olhos vislumbraram. E estes meus olhos marejados, neste domingo de sol de outono, deixam escapar, lágrimas abaixo, a melancolia que sinto pelo que fui, mas também pelo que jamais poderia ter sido.

***

Meus queridos, meus nem tão queridos, meus livros, minhas estradas. Todos meus: ontem, hoje, pra sempre. Conquistados por mim, conquistaram-me. Mas são cativos, não lhes dou a carta branca para partir.

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