domingo, 22 de novembro de 2009

Contibuição do amigo Caio

"Sigo cigano cego e sempre
Eu mesmo leio a minha mão
Escrevo nela versos, ventos
O meu destino, meus lamentos
Estou marcado de paixão

Enquanto eu coço a cabeça, o mundo gira
Penso um pouco e sinto preguiça
Numa fusão de desejo, besteira e malícia
Me chegas trazendo teu olhar,
Teu tempero e meu suor
De cara fechada, um jeito largado, um corpo delgado
A mulher no peito, no meu peito a ensaboar

Olhos perdidos no vento,
Ela transpira o futuro
E no presente um buraco,
Esperando ela falar

O sonho circulava na boca,
Louco de tanto imaginar
E eu escutava o barulho das águas rodando
Na língua, nos dentes, depois escorriam pelos lábios incandescentes
E caiam na roupa os mais indecentes
Na cama teu tempero resvala
E adormece na lua crescente a me guiar
E assim segredo os clarões sem par,
Iluminando a noite num coração de homem a desfolhar

Ela parada num canto, assim diferente,
Com os dedos entrelaçados e os pequenitos pés cruzados,
Rege uma orquestra espremida,
Constrói constelações com sincero amor profundo e
Desenha em mim os sonhos de um laço divinal

Ah, como ela tinha segredos pra mudar o mundo
Fazer mil cicatrizes sararem bem fundo..." (Caio Di Palma)

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